Tuesday, September 13, 2005

Metamorfose

Um dia acordou depois de uma noite agitada e já não era ele. Estava fechado no corpo de um homem. Na sua mente corriam pela primeira vez imagens. Era a primeira vez que sentia a mente, a alma. Funcionava não apenas por instintos. Precisava de vontade. Os insectos não desejam, não pensam, não comandam as suas vidas. Ganhara memória para saber que os dias eram todos iguais, que o sangue tem sempre o mesmo sabor doce de um néctar proíbido. A monotonia pisou-o com a violência de uma sola de sapato.

Deixou-se morrer, foi o único acto da sua vontade.