Tuesday, September 20, 2005

Os Outros aperceberam-se do sangue que lhe afluiu aos olhos. Ele sentia os tremores. Depois vieram as alucinações. Diluiu-se a fronteira entre o real e o onírico e entre o sonho e o pesadelo. Tentava falar mas a voz não era sua. Os gestos não resultavam da sua vontade. A atmosfera tornara-se hóstil e o ar não era absorvido pelos pulmões. Em pânico lutou contra o novo mundo, contra a luz que lhe feria os olhos habituados ao conforto da escuridão.

Gritou. Com a alma. No ar pairou um eco que não reconheceu. Perdera aquela batalha e rendeu-se aos sentidos.

Nascera.