Rasgou as roupas, rasgou a pele branca e fina dos braços, rasgou todas as feições do próprio rosto. Sentiu a dor aguda e difusa do mal que infligia a si própria. Deixou o espelho intacto para que se podesse ver. Parti-lo seria demasiado dramático, demasiado banal. Parou ofegante e olhou para o seu novo ego. Sorriu com dentes ensanguentados e afastou o cabelo da cara para melhor apreciar a carne agora exposta. Era assim que o mundo a veria agora. Sem disfarces. Com todas as camadas à vista de qualquer um. Sem truques, sem mentiras, sem farsas. E os seus olhos, dantes profundos e tristes, tornaram-se pretos e baços.
Morrera o mistério. Suspirou aliviada. Agora que era nada, podia recomeçar.
Morrera o mistério. Suspirou aliviada. Agora que era nada, podia recomeçar.
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